sábado, 11 de maio de 2013

O tráfico de órgãos: em meio às denúncias de participação de membros da IDF no mercado negro de vísceras e tecidos humanos, o Estado de Israel prefere a desconversa regada a chantagem emocional à investigação das denúncias


É certo que o jornal sueco Aftonbladet não é conhecido exatamente por um histórico de impecável confiabilidade. No entanto, dada a gravidade da denúncia de prática de tráfico de órgãos por parte de elementos da IDF (as Forças Armadas de Israel), seria interessante que o governo israelense tratasse de investigar o alegado homicídio com finalidade de coleta de órgãos perpetrado contra Bilal Ahmed Ghanem em 1992. Em vez disso, o Primeiro Ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prefere dizer que as acusações do jornal nada mais seriam que reedições contemporâneas dos (indevidamente) desacreditados libelos de sangue, e ainda chamou às falas o governo sueco, atribuindo a este responsabilidade na difusão da denúncia ao não coibi-la - como se fosse coerente que um governo liberal-democrático representativo aplicasse censura a seus veículos de comunicação. Não bastasse a temerária tentativa de criar um incidente diplomático com a Suécia  imputando-lhe colaboração com a disseminação de uma acusação supostamente caluniosa ao Estado e ao povo judaicos, o premiê Netanyahu ainda atribuiu a alegada colaboração sueca na difamação de Israel e dos judeus a um mal curado saudosismo dos tempos de discreta e informal parceria com Hitler na perseguição aos judeus.

Fica a pergunta: por que Netanyahu preferiria assumir o ônus de desacatar o governo sueco a dizer simplesmente que desconhece qualquer episódio de envolvimento da IDF com tráfico de órgãos, e que estaria aberto a apurar com rigor eventuais responsabilidades se porventura houvesse indícios sólidos de ocorrência do crime entre as fileiras das Forças Armadas israelenses?

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No estado norte-americano de Nova Jersey, uma quadrilha de tráfico de órgãos foi desmantelada. Entre os integrantes, políticos, funcionários públicos e ... cinco rabinos ortodoxos sírios.

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