(Do blog Calabar escreve)
Um documentário da rede estatal televisiva alemã ARD, chamado "Encontro com a morte", afirma que Havana usou Lee Harvey Oswald para assassinar o Presidente John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963. A produção custou 850 mil euros e foi produto de três anos de investigações no México e nos Estados Unidos da América.
Lee Harvey Oswald, um simpatizante de Fidel
Castro que morou na União Soviética foi o assassino do
Presidente Kennedy, segundo a Comissão Warren, criada em 29 de novembro de 1963
por Lyndon B. Johnson para investigar o crime. O relatório da Comissão concluiu
que Oswald agiu sozinho, tese que ficou conhecida como "teoria do atirador
solitário".
Wilhelm Huismann e Gus Russo, realizadores do programa
de 90 minutos, afirmam que Oswald foi recrutado pelo serviço secreto cubano, o
G-2, e recebeu durante sua estada no México em setembro de 1963, a proposta de
disparar contra Kennedy. O futuro assassino teria viajado ao México semanas
antes do crime para encontrar-se com oficiais de alta hierarquia do G-2. Um ex-chefe
do G-2, Fabián Escalante, negou categoricamente a suposição.
Huismann assinala que a suposta luta entre Kennedy e
Fidel Castro foi ganha por este último, depois que os norte-americanos
fracassaram em seu objetivo de matar o líder cubano durante a invasão da Baía dos Porcos, em 1961. "Este erro
político de Kennedy desencadeou uma cadeia de acontecimentos que, como uma
antiga tragédia, devia forçadamente acabar com a morte de um dos dois
protagonistas", disse o realizador do documentário.
No programa aparece o depoimento de Óscar Marino, um
ex-agente cubano que afirmou que Oswald "estava cheio de ódio, e tinha a
idéia". "Nós o usamos", acrescentou. Ele também declarou que
Cuba temia que Kennedy quisesse matar Castro. Todavia, se absteve de dizer se
Fidel realmente ordenou a morte do Presidente dos EUA.
Outro dos depoimentos filmados no documentário é o de
Laurence Keenan, um ex-agente do FBI que tinha sido enviado ao México para
seguir Oswald, e que foi substituído três dias depois, interrompendo a sua
missão. "Talvez esta tenha sido a pior investigação na história do FBI.
Dei-me conta de que tinha sido usado. Senti vergonha. Perdemos um momento
histórico", declarou Keenan, que acrescentou: "Foi uma hora amarga
para o FBI. Por motivos políticos tivemos que calar. Ainda me envergonho
disso".
Ao que parece, o sucessor de Kennedy, Lyndon B. Johnson, foi quem ordenou a retirada
da missão, apesar de estar convicto da responsabilidade de Cuba no famoso
crime, para evitar uma possível III Guerra Mundial, segundo Keenan. Ele disse
estar esperançoso que as futuras gerações saibam mais da verdade sobre o
assassinato quando muita informação deixar de ser confidencial, no ano 2038.
Jornal cubano contesta
O jornal Granma publicou
com destaque uma notícia em que contesta a veracidade do documentário produzido
na Alemanha. O artigo:Kennedy, conspiración en Hamburgo ("Kennedy,
conspiração em Hamburgo"), assinado por Gabriel Molina diz: "Após
pesquisar nos Estados Unidos e em Cuba sobre as causas do assassinato, foram
determinadas, entre outras, as intenções do Presidente Kennedy de normalizar as
relações com Cuba, além de outras não menos importantes razões de política
interna."
Segundo o artigo do jornal: "Um dos objetivos
colaterais do assassinato do presidente John F. Kennedy foi banir a Revolução
Cubana. Mas esse fim não foi conseguido e eis a razão secreta para que, 42 anos
depois, a conspiração continue existindo."
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