A pororoca que desemboca no Tejo
Em seu Fado Tropical, o cantor e compositor Chico Buarque cria uma interessante figura de linguagem para ilustrar os profundos laços existentes entre Brasil e Portugal. Por esse motivo, Mundividência decidiu parafraseá-la no título deste post com o intuito de homenagear o contingente lusitano que tem lido os humildes escritos aqui publicados, transformando este blog em uma nascente cá no Aquém-Mar cujas águas serpenteiam nos Sargaços e em Funchal antes de chegarem ao Tejo.
A julgar pelas estatísticas que o Blogger disponibiliza,
o post O Brasil não foi colônia? suscitou particular interesse nos leitores. Ainda acerca da profusão de inverdades históricas que distanciam (politicamente) os portugueses americanos dos portugueses europeus, com as implicações deletérias para a geopolítica da quase residual Cristandade que isso acarreta, sugere-se a leitura a seguir do blog O Gládio (ver aqui).
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No último texto d'O Gládio aqui indicado,
alude-se ao desmonte do império pluricontinental e multiétnico luso-brasileiro
que se formava. Sabotado pela Grã-Bretanha no século XIX, e liquidado em seu
remanescente lusitano pelo comunismo internacional nas guerras de "descolonização",
o pulmão europeu do império nascente acabou fenecendo e se tornando uma reles
província sob o comando da casta dos euroburocratas de Bruxelas. O saque
promovido pelos soviéticos ao ramo português do império abortado foi muito bem
registrado pelo brasileiro Pedro Alberto Marangoni em seu livro A Opção Pela Espada. Nele, o ex-cadete da Força Aérea
Brasileira descreve com riqueza de detalhes as lutas que travou em solo
africano, sempre combatendo as guerrilhas marxistas. Com a experiência que
obteve em lugares como Angola, Rodésia e Moçambique, ele anteviu já nos anos 70
o que muitos teimavam em não enxergar (leia-se Comitê de Descolonização da
ONU): que a "libertação" dos países africanos significaria
entregá-los em uma bandeja de prata ao bloco comunista.
Infelizmente, não só Portugal foi açoitado pelo flagelo
do comunismo. Também o Brasil, promissor pulmão americano do império abortado,
tem sido minado desde dentro pelos agentes do Foro de São Paulo, de modo a não opor maiores resistências
ao projeto de fundi-lo a uma bizarra federação latino-americana de repúblicas
comunistas. Os valores são sistematicamente corrompidos, a educação é desmantelada em todos os níveis, as finanças são arruinadas, a soberania é enfraquecida, o poderio militar é sabotado, o crime é tolerado e até recompensado.
Assim, o Brasil agoniza sem saber que o faz, enquanto alegremente se deixa ser
pilhado por aqueles que tem como seus benfeitores.
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Há várias cidades brasileiras que ainda conservam muito
do patrimônio cultural português. É o caso da cidade de Goiás, outrora capital
do estado homônimo. O antigo Arraial de Vila Boa, hoje Goiás, carrega a arquitetura lusitana, bem como tradições folclóricas tais quais as cavalhadas, que
remetem às pelejas entre mouros e cristãos na Península Ibérica. O cantor Pádua
faz uma bonita homenagem ao que há de mais luso na alma de Goiás com seu Fado de Vila Boa:
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Como amor com amor se paga, e alma portuguesa sabe ser especialmente atenta a tudo e a todos que cativa, o coral da Basílica de Mogofores interpretou com muita competência a canção que é uma espécie de hino informal do estado de Goiás. Com vocês, Noites Goianas:
Tão meigas, tão claras,
Tão belas, tão puras
Por certo não há
São noites de trovas
De beijos de juras (bis)
As noites de cá
As noites goianas
São belas, são lindas
Não temem rivais
Goianos, traduzem
Doçuras infindas (bis)
As noites que amais
Em Nice, em Lisboa
Na Itália famosa
Tais noites não há
São noites somente
Da pátria formosa (bis)
Do índio Goyá
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