terça-feira, 16 de abril de 2013

Uma possível geopolítica dos Novíssimos: repercussões da bancarrota cipriota sobre a Europa e a Consagração (faltante) da Rússia ao Imaculado Coração de Maria Santíssima




Creio que os amigos devem ter acompanhado os noticiários recentes acerca da crise econômica de Chipre, a qual culminou com o confisco dos depósitos bancários daquele país. Não se enganem: a situação vivida pela nação cipriota é um emblema do porvir de diversos países da Terra, em especial da Europa Ocidental e do mundo anglo-saxão.

Bem, o que explica que países tão prósperos e desenvolvidos estejam a lançar mão de expedientes confiscatórios para salvar seus sistemas bancários? E antes, o que levou os bancos a situação tão crítica a ponto de necessitar de medidas de socorro tão esdrúxulas e extremadas?

Responsamos a ambas as perguntas a partir da segunda. Com populações cada vez mais ciosas da expansão contínua de seus padrões de vida e de consumo, e desacostumadas pelo contumaz suborno eleitoreiro do assistencialismo e do paternalismo laboral ao trabalho árduo, sério e previdente, cria-se um impasse à prosperidade pública: há uma multidão imensa de pessoas ambiciosas, alheias ao trabalho e à poupança, ávidas por confortos, habituadas à expansão de seu consumo e suas comodidades às expensas de subsídios diretos e/ou indiretos do Estado, garantidos, por sua vez, pelos impostos recolhidos à parcela economicamente dinâmica e poupadora da sociedade. Quando se chega ao patamar da impossibilidade de infligir extorsões tributárias adicionais a tal parcela da sociedade, sob pena de matar a galinha dos ovos de ouro garantidora do sistema político assentado no suborno permanente dos menos favorecidos, resta ao governo "jogar a batata quente" no colo dos bancos. Grandes emprestadores ao governo, cliente assíduo e remunerador generoso, em condições normais os bancos se sentem pouco compelidos a emprestar à sociedade, dados as margens de lucro menores nos empréstimos a pessoas físicas e jurídicas e os riscos de inadimplência mais elevados. Sabedor do habitualmente baixo apelo da clientela privada junto aos bancos, e impossibilitado de aumentar suas receitas por via do aumento dos impostos aos segmentos sociais empreendedores sob pena de levá-los definitivamente à falência, o governo recorre à criação de leis para salvar seu sistema de suborno eleitoral, leis essas que obrigam os bancos a serem menos exigentes na concessão de créditos à população. Dessa forma, a impossibilidade de expansão adicional das ajudas governamentais mantenedoras da generosidade eleitoral dos cidadãos subornáveis pelo assistencialismo fica compensada pela expansão do crédito extorquida legalmente ao sistema bancário.

Entretanto, esse recurso de engajamento forçado dos bancos na campanha do fomento da expansão artificial do poder de consumo das classes dependentes de subsídios precisa de que os setores empreendedores da economia sigam prescindindo da prerrogativa de fazer demissões para manter sua viabilidade financeira. Caso haja algum revés duradouro que implique em custos adicionais não contornáveis a não ser mediante o recurso a demissões, os empresários não hesitarão em despedir seus funcionários. Estes, se tiverem se deixado aliciar pelo sistema de suborno eleitoral calcado na concessão irresponsável de créditos patrocinado pelo governo, estando desempregados não mais terão como honrar os compromissos assumidos junto às casas bancárias. No fim, para evitar o colapso de todo o sistema bancário, e com ele a imediata ruína financeira da totalidade da população, o governo cria legislação que permita a salvação dos bancos autorizando-os a reter indefinidamente parte dos depósitos "apenas" dos clientes mais ricos (quase nunca milionários: classe média alta, no máximo).

No entanto, tal "solução" do governo acaba por acirrar as tensões sociais, levando a situações de instabilidade política altamente favorável à ascensão de grupos políticos radicais que não teriam apelo significativo num panorama onde o desespero econômico não estivesse tão generalizado. Afinal, do mesmo modo que o homem chega até a beber veneno para saciar sua sede se estiver suficientemente sedento, elege também partidos extremistas para resolver problemas para os quais não enxerga solução nas alternativas habituais. Elevados ao poder, e premidos pelo ressentimento popular disseminado contra as nações tidas (acertadamente ou não) por geradoras ou agravadoras dos problemas econômicos em curso,  terão montado diante de si um convidativo cenário para o início de uma conflagração. Aliás, é precisamente este o caso da Europa Ocidental, cindida pelo ressentimento dos países meridionais em relação principalmente à Alemanha.


Não tenham dúvidas: tal qual fez nas décadas de 30 e 40 do século passado, a Rússia instigará as rivalidades existentes entre os países da Europa Ocidental para que se destruam e ela possa fazer avançar sobre eles seus exércitos de ocupação (inclusive sobre a Santa Sé). Para evitar a intervenção americana, a Rússia usará do Pacto de Shangai e urdirá seus aliados asiáticos contra os Estados Unidos no Pacífico, de modo que os norte-americanos não estejam em condições de dispender maiores esforços contra o expansionismo russo no continente europeu. Por fim, tendo a Rússia conquistado a Europa, e a China apoderado-se do Extremo Oriente, do Sudeste Asiático e das ilhas do Pacífico, os dois países tirarão em definitivo a ameaça americana dos horizontes de seus planos de hegemonia planetária: virá então a aniquilação nuclear dos Estados Unidos. Nesse cenário de completa desolação, quando humanamente não houver mais esperanças, a Rússia será consagrada ao Coração Imaculado de Maria Santíssima pelas mãos do papa, e conforme prometido, aquele país e sua gente se converterão, inclusive a soldadesca estacionada nas capitais européias, a qual então se prestará a expulsar do Velho Continente as forças islâmicas coligadas. Depois disso, o Triunfo Cordimariano reiteradas vezes anunciado terá lugar.



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