"Após o advento do cristianismo, toda a dialética que agita o mundo cristão se move entre os pólos Igreja-Sinagoga.
Cristo vence a Sinagoga. E a era dos mártires dos
primeiros séculos do cristianismo, quando a Sinagoga incita o mundo pagão a
torturar os cristãos, não há de servir se não para regar a semente
cristã , que, vigorosa, é brilhar com a Igreja do Padres e Doutores sobre a
Sinagoga.
O esplendor medieval da Igreja há de reduzir a Sinagoga
à vida dos guetos. Entretanto, na Idade Moderna
a Sinagoga há de se vingar do exílio a que lhe reduziu o mundo cristão,
e a Cabala penetra na Cristandade até secularizá-la e ameaçá-la com a secularização do próprio cristianismo.
Face a esse último fenômeno nos encontramos agora. Com a tática de 'amizade' e 'diálogo judaico-cristão', a Sinagoga está obtendo uma vitória sobre a Igreja. É claro que nas mãos de Deus, essa vitória pode ser transmutada em um triunfo da Igreja.
A dialética Sinagoga-Igreja resolve-se finalmente
em um mistério mais central e luminoso,
no mistério de Cristo. Cristo é o ponto chave da história.
A Sinagoga prepara em sua carne a Cristo. A Igreja o
perpetua em espírito. Todavia, uma no sobrenaturalismo carnal e a outra no sobrenaturalismo
espiritual, ambas completam na dialética interação entre as forças do bem e do
mal todo o mistério da redenção cristã.
E o mistério da Redenção, ainda que tenha apenas um fruto salvífico, não se cumpre a não ser
pela intervenção das duas forças, as boas e as más."
Pe. Julio Meinvielle, Da Cabala ao Progressismo, página
361.
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